De todas as mágoas que me restaram, a maior foi ver indo embora tudo aquilo que acreditei!
Não digo desilusão, não creio em decepçpão, talvez perda de tempo, o mesmo que passa a todo segundo em minha frente agora! Dor não recompensada, sentimento dilacerado, desilusão alcançada na expressaõ de descaso de uma vida sonhada e doada por nada, o que agora me sobrou!
De lencóis, prisões me restam...
Do silêncio, a tormenta...
Da paz, um descontento... de ter de vivê-la sem ti...
O caminho era grande.. meu erro: achó-lo eterno! Muito antes de chegar o meu final, ele se acabou...
Muito se passou, mas tinha muito ainda a se passar! Uma vida é muito mais longa, e eu não me descolei do espaço ao meu redor por menos! Esperava, desejava, precisava de muito mais!
Deixar prá trás uma alma, sendo esta a única razão em minha vida, seria o mesmo que descascar o acaso e pedir a morte breve, mesmo que lenta em seu ato!...
Eu não pedi, eu não escolhi... Eu temi e me deseperei ao ver você partir, ao ver que nas minhas forças a sua era nula...
Briguei com o meu insinto de preservação..., não a quero deixar ir, não quero ter este dessabor, esta solidão, então, como que por desalento, desafeto, desculpa, pedi implorando a sua volta, mesmo não estando certa a sua partida. O acaso se fez maior que toda esta gravura, gravura que tinha imaginado sendo pintada pela gente... (tolice, só mesmo eu para pintar!)
Dai, fiquei somente comigo mesmo..., com a minha dor e com a minha fraqueza..., com a minha própria solidão... eterna... serena... insistente...
Deixo-me cair nesta sua opção, nesta sua escolha como quem cai em uma vala e não espera ser salvo. Muito se passou, muito foi o que passou por tudo o que fez... Mesmo assim, que sejam felizes os seus caminhos e que a minha dor seja degrau galgado para cima, para maior fortaleza de minhas fraquezas, para melhor vista à procura de um local melhor para me encontrar com a morte, que ninguém escapa, mas que posso evitar mesmo querendo morrer...
Felipe