sexta-feira, julho 29, 2005

O amor atual - Por João Soares Neto
 
Somos todos frutos do amor.
Seja ele duradouro ou circunstancial.
De uma forma ou de outra,
temos uma família que nos insere
no mundo. Um dia, deixamos
de ser filhos, e passamos
a ver o amor como a mais legítima
forma de estabelecer novos
laços afetivos. A partir desse dia,
vemos que é preciso (??)
encontrar uma pessoa a quem
possamos amar,
através de um processo
de aproximação sucessiva,
manter essa relação atraente,
não desgastante-sufocante
e viva com o correr do tempo,
seja curto ou longo.
E ao lado do amor, deixar
correr a vida real.
(...)
Por sermos humanos, não temos
selos de garantia,
somos fracos e falhos.
E temos urgência em viver
relacionamentos
que nos dêem prazer, apoio e
danifiquem
o menos possível os nossos
sentimentos.
Além de tudo isso, como vivemos
contextualizados,
não podemos fugir muito das regras
sociais da família, grupo e local.
Somos comparados e comparamos.
Temos que crescer
profissionalmente, também.
"Isto é básico", na linguagem atual.
Esse mundo pós-moderno (...)
fez o ser humano ficar ainda mais
tímido e confuso,
admitindo que o seu amor pode se
esvair rapidamente.
Os amores, até em casas separadas,
e não mais apenas em quartos
separados,
são indícios da fragilidade da
consistência afetiva
entre as pessoas.
Por outro lado,
a liberdade atingida permite ainda
a troca continua de parceiros,
o que banaliza o relacionamento.
Ficar com alguém é distinto de
amar alguém.
Sair para ver o que vai dar
é diferente daquela busca
romântica
e finita do outro.
O verdadeiro encontro ou prazer
só se dá com o amor.
O resto é ato.
O tempo não é santo, pois é
contaminado
pelo dia-a-dia da vida crua e nua,
que vemos dentro e fora de
nossas janelas.