segunda-feira, maio 01, 2006

Que meus pecados sejam esquecidos
Minha memória apagada,
Meus sentimentos aborrecidos,
A carne maltratada...

Que eu tenha sentimento dilacerado
Pelas amargas entranhas do tempo,
Amor untado e amarrado
De fel e veneno...

Que me sobrem dois sabores,
Um amargo e outro azedo,
Assim como dois odores,
Um fedido e outro um desespero.

Que eu sangre por entre os dedos,
Agonize e gema de pura dor,
Que eu morra cercado pelos medos,
Não sinta mais qualquer sabor.

Intumesça na minha ignorância
Sem saber como mudar,
Tendo pouca ou nenhuma constância
Na arte de amar.

Que a noite caia fatal
Nos sonhos e na ilusão,
Sendo mais que normal
A ausência de uma paixão.

O coração, de pedra,
Seja sempre arranhado por verificação,
Para todos os dias, na certa,
Continuar amargo na solidão.

Que todos os males me aflijam,
Mas que não me abandone o meu amor,
Pois de todos os que me importam,
Me importa mais você que me dê calor!


Felipe